Cristina, Cidade Imperatriz.

por Interlegis — última modificação 04/01/2017 18h49


Histórico

O Sul de Minas foi efetivamente desbravado e povoado somente na segunda metade do século XVIII, quando começou a se esgotar o ouro da região mineradora.  Homens sedentos de riqueza vieram à procura do precioso metal nos sertões sul mineiros, que serviam de caminho do litoral para o interior. Outros os seguiram, atraídos pela possibilidade de se apossarem das vastidões de terras e pela fertilidade de seu solo.Assim foi povoado o Sertão da Pedra Branca, habitado, até então, somente por índios da tribo dos Puris.  Em torno do pico com o mesmo nome (que servia de referência aos viajantes), a partir de 1797, até a segunda década do século XIX, surgiram 22 sesmarias (porções de terra doadas pela Coroa Portuguesa para serem desbravadas e povoadas), dentre elas a de Cumquibus, situada entre os rios Urutu (atual Lambari) e do Bode, e que deu origem à cidade de Cristina. Domingos Rodrigues Simões foi seu primeiro proprietário e povoador.

A sesmaria já era um pequeno arraial quando, em 1817, alguns moradores, solicitaram à Diocese de Mariana licença para construção de uma capela, tendo como orago o Divino Espírito Santo. Por volta de 1820, a capela já estava concluída e em funcionamento.Uma sesmaria de destaque no período foi a da Glória, de propriedade do padre açoriano José Dutra da Luz. Nela foi erigida a primeira ermida da região, dedicada a Nossa Senhora da Glória, isto por volta de 1810, freqüentada pelos primitivos moradores do local.O sacerdote, depois de dedicar-se à mineração em várias localidades, assumiu a paróquia de Nossa Senhora da Conceição de Pouso Alto em 1799, e, após 1805, estabeleceu-se na propriedade, localizada em uma das mais altas partes do montanhoso território. Três sobrinhos seus, também vindos dos Açores, estabeleceram-se na localidade e constituíram alguns dos primeiros troncos familiares, tornando-se, em pouco tempo, ricos e poderosos proprietários de terras.Tradição oral sempre atribuiu ao padre Luz a fundação de Cristina, marcada pela celebração da primeira missa em sua sesmaria, no dia 13 de maio de 1774. Recentes pesquisas históricas, no entanto, ainda a serem publicadas, desmentem tal versão.

Foi o sacerdote, sem dúvida alguma, um dos primeiros e mais importantes moradores do Sertão da Pedra Branca, e pioneiro semeador da fé cristã na região.O primitivo arraial denominado Espírito Santo de Cumquibus integrava a extensa comarca do Rio das Mortes (sediada em São João del Rey), o município de Baependi e a paróquia de Pouso Alto. O nome latino Cumquibus exprime riqueza, não sendo conhecida uma explicação totalmente correta para tal denominação.  No dizer popular, seriam muitos os ricos que residiam no local.Tornou-se distrito e paróquia em 07 de abril de 1841, através da Lei Provincial nr. 209.Com a criação do município de Itajubá, em 1848, passou a fazer parte do mesmo. O topônimo Espírito Santo de Cumquibus foi permutado pela designação Cristina, seguindo determinação da Lei nº 485, de 19 de junho de 1850, que criou o município e elevou a povoação à categoria de vila. Prestava-se assim uma homenagem a Imperatriz do Brasil, Tereza Cristina Maria de Bourbon, esposa de D. Pedro II. Sua instalação deu-se somente dois anos mais tarde, em 20 de janeiro de 1852, tendo sido eleito  primeiro Presidente da Câmara Municipal o Comendador João Carneiro Santiago.

Grande articulador de tal mudança foi o cristinense Joaquim Delfino Ribeiro da Luz, que se projetaria no cenário político de Minas Gerais e do Brasil, amigo íntimo de Dom Pedro II, que, mais tarde, seria nomeado por ele Conselheiro do Império, e que viria a ocupar vários ministérios, até a queda da monarquia, em 1889.Em dezembro de 1868, a Princesa Isabel e seu marido, o Conde D’Eu, visitaram a Vila Cristina, em agradecimento oficial à homenagem, ficando hospedados na residência de Joaquim Delfino.O Livro de Atas nº 2, da Câmara Municipal, verso da página 74, em ata datada de 07 de dezembro de 1868, reproduz o pronunciamento de Delfino, então Presidente da mesma, por ocasião da célebre visita: “… se a denominação de Villa Christina que a esta povoação lhe concedeu a Assembléia Legislativa Provincial a pedido de seus habitantes exprime um sentimento de respeitosa lembrança e veneração a S. M. (Sua Majestade) a virtuosa Imperatriz, vossa Augusta mãe, é com prazer que o recordamos em prova de nossa nunca desmedida lealdade, e sincero amor a ilustre dinastia, que felizmente dirige os destinos da primeira nação da América do Sul”.Integraram o município de Cristina em diferentes épocas, a partir de sua criação, os distritos de Maria da Fé, Santa Catarina (Natércia), Virgínia, Dom Viçoso, São Sebastião da Pedra Branca (Pedralva), Silvestre Ferraz (Carmo de Minas) e Olímpio Noronha. Entre 1884 e 1963 tais distritos foram desmembrados, transformando-se também em municípios.Em 15 de junho de 1872 a Vila Cristina foi elevada à categoria de cidade através da Lei Provincial nr. 1.855, e, quatro anos mais tarde, tornou-se sede de Comarca, isto em 08 de julho de 1876, por força da Lei nº 2.273.

 Fonte: Site da Prefeitura Municipal de Cristina - MG: http://cristina.mg.gov.br/?page_id=161


As terras onde se ergue a cidade de Cristina eram verdadeiro sertão no ano de 1774, quando o padre portugues, José Dutra da Luz, morador de Pouso Alto, tendo notícia de que havia ouro em abundância naquelas paragens, para lá se transportou com o intuíto de extrair o precioso metal. Sendo possuidor de fortuna, fez construir, a 6 km do local onde hoje se acha a cidade, algumas casas e uma capela, na qual colocou uma imagem de Nossa Senhora da Glória que consigo trouxera. A 13 de maio daquele ano foi celebrada nessa capela a primeira missa, pelo mesmo padre José Dutra Luz. Mais tarde conhecendo melhor a região, transferiram-se os moradores para onde esta atualmente a cidade. No ano de 1800, o pequeno núcleo já era um arraial que recebeu o nome de Espirito Santo de Cunquibus. Posteriormente vieram de Portugal para a nova localidade tres sobrinhas do padre José; aí contraíram matrimônio e constituíram os primeiros troncos das famílias que se radicaram no lugar.

 Fonte: ENCICLOPÉDIA DOS MUNICÍPIOS BRASILEIROS

 Autor do Histórico: DEISE MARIA GUERREIRO RIBEIRO


Formação Administrativa


Distrito criado com a denominação de Cristina (ex-povoado de Espírito Santo dos Cumquibus), pela Lei Provincial n.º 209, de 07-04-1841, e Lei Estadual n.º 2, de 14-09-1891, subordinado ao município de Itajubá.

Elevado à categoria de vila com a denominação de Cristina, pela Lei Provincial n.º 485, 19-06-1850 ou 19-07-1850, desmembrada dos municípios de Itajubá e Baependi ou somente Itajubá. Sede na antiga povoação de Cristina. Constituído do distrito sede. Instalado em 20-01-1852.
Elevado à condição de cidade com a denominação de Cristina, pela Lei Provincial n.º 1.885, de 15-07-1872.
Pela Lei Provincial n.º 3.442, de 28-09-1887, e Lei Estadual n.º 2, de 14-09-1891, é criado o distrito de Dom Viçoso e anexado ao município de Cristina.
Pela Lei Estadual n.° 2, de 14-09-1891, é criado o distrito de São Lourenço e anexado a vila de Cristina.
Pela Lei Estadual n.º 319, de 16-0-09-1901, o distrito de São Lourenço foi transferido da vila de Cristina para a vila de Silvestre Ferraz.
Em divisão administrativa referente ao ano de 1911, o município é constituído de 2 distritos: Cristina e Dom Viçoso.
Nos quadros de apuração do recenseamento geral de I-IX-1920, o município aparece constituído de 2 distritos: Cristina e Rosário de Dom Viçoso (ex-Dom Viçoso).
Pela Lei Estadual n.º 843, de 07-09-1923, o distrito de Rosário de Dom Viçoso foi transferido do município de Cristina para Silvestre Ferraz (mais Tarde Carmo de Minas).
Em divisão administrativa referente ao ano de 1933, o município é constituído do distrito sede.
Assim permanecendo em divisões territoriais datadas de 31-XII-1936, 31-XII-1937.
Pela Lei Estadual n.º 336, de 27-12-1938, é criado o distrito de Olímpio Noronha (ex-Estação de Olímpio Noronha) e anexado ao município de Cristina.
Em divisão territorial datada de 1-VII-1950, o município é constituído de 2 distritos: Cristina e Olímpio Noronha.
Assim permanecendo em divisão territorial datada de 1-VII-1960.
Pela Lei Estadual n.º 2.764, de 30-12-1962, é desmembrado do município de Cristina o distrito de Olímpio Noronha. Elevado à categoria de município.
Em divisão territorial datada de 31-XII-1963, o município é constituído do distrito sede.
Assim permanecendo em divisão territorial datada de 2007.

 

 Fonte: Cristina (MG). Prefeitura. 2014. Disponível em: http://cristina.mg.gov.br. Acesso em: mar. 2014.